Uma antiga e duradoura relação entre o homem e o bambu
A relação do homem com o bambu e a utilização dessa planta da família das gramíneas na construção civil remetem aos primórdios da civilização.
Quando os seres humanos lutavam contra as forças da natureza por por sua sobrevivência.
Utilizando materiais como pedras, madeiras e folhas para construir abrigos temporários.
Certamente ele também se encaixava nessa categoria por suas principais qualidades: é leve, longo, tubular, resistente, flexível, fácil de manusear e transportar.
Com diversos exemplos vivos da utilização do bambu desde a arquitetura milenar.
Como o Taj Mahal, que só a pouco substituiu sua estrutura por metal.
Como as pontes na China com impressionantes vãos livres.
Mais recentemente passou a ser empregado na construção civil, por ser um excelente aliado para as edificações à prova de terremotos.
“As características estruturais e visuais do bambu fazem dele um elemento privilegiado quando se pensa em bio construção”, declara Danilo Candia, engenheiro agrônomo.
Esteticamente, o bambu harmoniza-se com outros materiais.
Madeira, vidro, concreto e pedra, entre outros.
“Aqui entra o papel dos arquitetos e decoradores. Pensando em bioconstrução, uma casa estruturada com bambu combina muito bem com paredes de adobe (grandes blocos de argila rústica, secos ao sol)”, exemplifica.
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Ambientalmente correto
O termo sustentabilidade é perfeito para descrever
uma plantação de bambu, cujos cortes
são seletivos e perpétuos, não havendo jamais a
eliminação total do bosque. A espécie também
presta relevantes serviços ambientais, como
combate a erosão, proteção de recursos hídricos
e regeneração de bacias hidrográficas, além de
criar inúmeros empregos, promovendo ainda a
fixação da mão de obra no campo.
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Por ser uma gramínea, que é mais eficiente
no processo de fotossíntese, 0 bambu, além gerar
de matéria-prima abundante, é um eficaz
sequestrador da atmosfera.
“A construção civil éresponsável por 54 %
das emissões de carbono no mundo.
O bambu é, por excelência, um material
de emissão zero de carbono e pode substituir o
uso de madeira, aço ou concreto na construção,
dependendo da aplicação desejada”,
explica o engenheiro.
“Cultivado por meio de manejo sustentado, o bambuzal permite extrações anuais de 20% das varas ao longo de gerações. Como gramínea, possui mecanismo fotossintético mais eficiente que outras espécies, garantindo maior produção de biomassa e, consequentemente, sequestrando mais carbono por hectare do que uma floresta inteira de eucalipto.”
Embora possua uma força de tração paralela às fibras são similar a do aço.
O bambu é mais leve que a madeira, tornando-o insubstituível em locais de difícil acesso.
Na superação de vãos e balanços ousados.
Mais que isso, sua flexibilidade permite construções de formas orgânicas.
Pode ser utilizado como pilar, viga, caibro, ripa, telha, dreno, piso e revestimentos.
Se tratados adequadamente, é capaz de durar tanto quanto uma madeira de lei.
Fonte: Revista Casa & Construção